Estou começando com o processo de re-postagem do blog, mas também irei continuar postando algumas boas novidades!

domingo, 14 de junho de 2009

Colosseum - Daughter of Time (1970)

Depois da banda da primeira formação, onde James Litherland fora para o Mogul Trash (banda que tinha em sua formação John Wetton e Brian Auger) e Tony Reeves (que ficaria no gelo por algum tempo, como músico de estúdio, seguiria para o Greenslade), o Colosseum ressurge com três novos músicos:

- Chris Farlowe, vocalista, que vinha da cena R&B, como Chris Farlowe And The Thunderbirds, e mais adiante se juntaria com o Atomic Rooster;


- Clem Clempson, guitarrista, vindo do trio de jazz/rock/blues Bakerloo, posteriormente viria a substituir Peter Frampton no Humble Pie;


- Mark Clarke, baixista, que tocou por muitos lugares na Europa, como St. James Infirmary, iria se juntar com Hiseman no Tempest após o fim do Colosseum e também se juntou ao Uriah Heep por três semanas na gravação do single The Wizard;

Daughter Of Time é um album muito difícil de se descrever sua sonoridade, sendo o debut da segunda formação do Colosseum (Farlowe/Greenslade/Clempson/Hiseman/Heckstall-Smith/Clarke):
Abre-se o disco com Three Score and Ten, Amen, com uma atmosfera um tanto quanto melancólica, com um coro regido por Farlowe que junto com Clempson e Greenslade dão um tom de gospel, logo após seguido pelo baixo de Clarke e Jon Hiseman dando sinais da influência jazzística que sempre circulou o Colosseum;

Time Lament é a segunda faixa, com uma introdução ditada pelo sax de Heckstall-Smith, abrindo espaço para violinos dissonantes, antecedendo o que o King Crimson faria com David Cross, seguindo novamente um momento melancólico, um power-blues? Seguindo diversas variações, onde o Hammond de Dave Greenslade teve mais espaço que em discos anteriores, dividindo diversos riffs com a guitarra discreta e ao mesmo tempo marcante de Clem Clempson, e avisando desde já, o vocal de Chris Farlowe é um show a parte... o alcance e a variação sonora que ele consegue com suas cordas vocais é algo sobre-humano;


A terceira faixa, Take Me Back To Doomsday, abre com uma introdução muito parecida com Time Lament, mas apenas com o piano de Greenslade, nesta faixa Clem Clempsom canta (valeu Israel!), atingindo um timbre muito singular, sua voz sobreposta a um backing vocal, dentro de algo hard-prog, descambando para o fusion em seguida, destaque para flautas e sax de Heckstall-Smith;


Com direito a orquestrações, The Daughter Of Time abre com riffs calcados no jazz ou algo muito próximo, pois a variedade sonora é diversa! A melodia se inicia e há uma pausa... e então... um dos momentos mais magníficos que um vocalista pode registrar, Chris Farlowe é um monstro com sua voz arrasa-quarteirão que simplismente retira toda a atenção do do instrumental enquanto canta, mas é pesadíssima! Com riffs dos sax de Heckstall-Smith, o orgão de Greenslade, guitarra de Clempson e o baixo sempre criativo de Mark Clarke, somado à bateria que Hiseman faz com maestria... destaque do disco, pena que apenas tem 3:22 min...


A seguir, um cover de Jack Bruce, de Songs For A Taylor: Theme From Imaginary Western, também foi "coverizada" pelo Mountain em Climbing, tocada aqui com muita melancolia proporcionada por Dave Greenslade e Heckstall-Smith, destaque para a performance de Farlowe e Clem Clempson com solos bem sacados ao longo da melodia;


Dave Greenslade com seu hammond já dá mostras da matadora instrumental Bring Out Your Dead, com direito a duetos com Clempson e Heckstall-Smith, com belos riffs e solos de Clempson; Dick Heckstall-Smith inicia Downhill And Shadows de maneira enigmática e bastante introspectiva, em certo momento toca dois sax de uma só vez (!), como fazia ao vivo... então mostra o riff tão marcante desse som, um blues interpretado por Farlowe com a covardia de sua voz, destaque também para Clempson com um solo não tão usual para um blues, muito criativo, Jon Hiseman deixa muitas variações nas entrelinhas, detalhes muito bem criados;

A última faixa do disco, The Time Machine, trata-se de um registro ao vivo de um solo de Jon Hiseman, aliás grande solo, onde sua performance mostra que deveria ser mais lembrado como grande baterista, ao lado de gente como Bill Bruford ou Neil Peart O Colosseum é uma banda muito singular, principalmente pela presença marcante do Saxofone de Dick Heckstall-Smith, considero essa obra progressiva pela sonoridade bastante rica presente, fazendo o ouvinte confundir-se diversas vezes sobre o que se está ouvindo... sem contar com a performance fantástica de todos os membros, principalmente de Chris Farlowe... recomendável a todos os amantes do progressivo!

01 - Three Score and Ten, Amen 5:37
02 - Time Lament 6:12
03 - Take Me Back To Doomsday 4:24
04 - The Daughter Of Time 3:22
05 - Theme For An Imaginary Western 4:06
06 - Bring Out Your Dead 4:18
07 - Downhill And Shadows 6:12
08 - The Time Machine (ao vivo) 8:08

Chris Farlowe, vocals.
Dave Greenslade, teclados.
Dick Heckstall-Smith, sax tenor e alto.
Jon Hiseman, bateria.
Mark Clarkem, baixo.

Part.1 Part.2

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