Estou começando com o processo de re-postagem do blog, mas também irei continuar postando algumas boas novidades!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Kahvas Jute - Wide Open (1971)

Formada em 1970 na Austrália, o Kahvas Jute pode ser vista por alguns como mais uma banda setentista que aproveitou o embalo da onda Hard Rock para poder fazer seu som, porém, este quinteto é muito, mas muito mais que isso!! Com um som agradável e pitadas psicodélicas, esta banda possui atitude suficiente para se colocar entre as grandes aparições do rock australiano da época.
A banda era composta pelos guitarristas Dennis Wilson e Tim Gaze. Na bateria, Dannie Davidson, o vocalista Scott Maxey e fechando o time o baixista Bob Daisley, que mais tarde tocaria com lendas como Ozzy Osbourne,Windowmaker, Ritchie Blackmore e Gary Moore.

"Wide Open" possui uma beleza rústica e surrada pelo tempo na sonoridade de violões, guitarras, baixo e bateria. Um céu mágico de estrelas pulsando numa trilha poeirenta, com um som sujo, enlameado, curado de sol. Um disco repleto de barulhos maquinais acelerados, com canções em que predominam nuances belas, mudanças, instrumental eloquente. É a trilha do soprar dos ventos no cabelo, som do desapego e da beleza de quem põe os sonhos na mochila.

Aqui há todo um espectro de frequências a serviço de um caldeirão magmático em ebulição. Peso e lisergia devastando os obstáculos que se opõe a uma livre e improvisada expressão de música. Bateria e baixo numa pulsação quase sexual e solos de guitarra ardendo como braseiros no deserto. Toques jazzistas sofisticados numa abordagem pitoresca de um instrumental hippie rural. Baixo e guitarra em encontros e embates trefêgos em "Parade of Fools" e "She's so Hard to Shake"; sofisticação em paisagens psicodélicas em "Steps of Time", "Up There" e "Twenty Three". Improvisações da escola do Cream, com baixo despejando rastros de seu fraseado grosso e astuto e solos de guitarra fantásticos; orientação blues, folk e de tudo o que passeava naquele imaginário hippie. Um disco de vida quente, intensa na busca infinita do horizonte.

Fora da Austrália, é bem díficil encontrar o LP. Em CD, o selo italiano Akarma o relançou nesta década, sempre com o capricho que lhe é de praxe. Em julho de 2005 o grupo se reuniu para um show em Sydney e lançou o material em vídeo, mostrando bastante vigor e qualidade nas releituras de suas canções. Além do vídeo, batizado de "Then Again: Live at The Basement / The Quickening", o disco "Wide Open" também foi relançado pelo selo Aztec Music com algumas faixas bônus do atual período do grupo.
Por: Ronaldo Rodrigues

1 - Free
2 - Odyssey
3 - Up There
4 - She’s So Hard to Shake
5 - Vikings
6 - Steps of Time
7 - Twenty Three
8 - Ascend
9 - Parade of Fools

Dennis Wilson / Vokal, Gitar
Bob Daisley / Bass, Vokal
Tim Gaze / Gitar, Steel Gitar, Piyano, Vokal
Dannie Davidson / Davul

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2 comentários:

Ramede disse...

Magniífco ! Nos transporta para aqueles tempos ! O guitarrista fantástico !
E cada vez difícil Para mim dizer: "essa ou aquela banda é melhor" ! Os anos 60/70 possui pérolas fantásticas !

Michael disse...

Concordo plenamente contigo, o que me chamou atenção na epoca que procurei esse disco foi pelo fato de ser a primeira banda de Bob Daisley