Estou começando com o processo de re-postagem do blog, mas também irei continuar postando algumas boas novidades!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Andromeda - Andromeda (1969)


"O Andrômeda foi uma daquelas bandas que possuem a capacidade de juntar, "antes da fama", vários craques que por outras circunstancias foram fazer sucesso em outras grandes bandas. Originalmente, a banda inglesa foi formada no maravilhoso (pelo menos lá por aqueles lados) ano de 1968, tendo em sua primeira formação John Cann na guitarra, Richard Sherman no vocal, Roger Dean no baixo e Keith Hodge nos teclados. Após algumas tentativas de êxito, o pessoal saiu, ficando apenas John Cann, que rapidamente recrutou Mick Hawksworth para o baixo e Ian Mclane na bateria para então formar o Andrômeda.

Apesar de alguns considerarem o Andrômeda como uma banda de rock progressivo, acredito ser mais fácil identificar a banda com um estilo mais próximo do hard psicodélico com algumas levadas progressivas. Após o difícil inicio, a banda conseguiu assinar com a RCA Records para um primeiro single. Com algum êxito, eles conseguiram fechar o contrato para a gravação do primeiro LP já em 1969.

O disco em questão é daquelas bons de serem ouvidos de ponta a ponta. Começa com Too Old (4'58), sonzão psicodélico com destaques para as guitarras e uma sensacional linha de baixo. Este início diz tudo: o instrumental beira a perfeição, o refrão pega de primeira, enfim, o disco promete. A segunda faixa é Day of the Change (5'02), música mais tranqüila do que a anterior. O baixo novamente impressiona pela qualidade e a melodia é de extrema beleza. A próxima é And Now The Sun Shines (4'00) uma levada mais jazzistica, destacando uma guitarra mais light e um vocal que beira algo mais baladeiro. Bela canção.

Turns to Dust (6'49) é a quarta faixa, e surge dividida em três partes: Discovery, Sanctuary e Determination. O resultado é pauleira típica do final dos anos 60. O acompanhamento do baixo é simplesmente genial. Lembra de leve algo dos três primeiros álbuns da fase pré hard rock do legendário Deep Purple, ou coisas do ótimo Warhorse. O solo de guitarra no meio desta música é algo para "viajar" de tão belo, e de extremo bom gosto. O baixo alucinado de Mick na parte final da música é algo particularmente sensacional. A melhor faixa do disco.

Return to Sanity (8'20), a seguinte, também é dividida em três partes: Breakdown, Hope e Conclusion. Esta é a faixa mais enigmática do álbum. O destaque desta vez fica por conta da guitarra que sola simplesmente o tempo todo. A sexta faixa é The Reason (3'32), a única cuja autoria não é de John Cann, sendo composta pelo baixista Mick Hawksworth. Apesar de interessante trabalho instrumental não está entre as melhores do disco. Na seqüência temos I Can Stop the Sun (2'10), a balada do disco. Lindo trabalho de vocais e apenas acompanhamento da guitarra.

Para finalizar o álbum surge When to Stop (8'32), também dividida em três temas, sendo The Traveller, Tunning Point e Jorney's End. Grande estilo para o fechamento deste clássico do psicodelismo inglês. A faixa começa calminha, mas atinge seu ápice no final, tornando-se uma das melhores do álbum, no nível de Turns to Dust. Apesar de sua reconhecida qualidade, o Andrômeda não conseguiu o sucesso esperado, permitindo que seus integrantes partissem para novos projetos, e alcançassem exito desta forma. Certamente o Andrômeda foi um belo estágio para eles.

Primeiro John, que virou DuCann, partiu para o antológico Atomic Rooster, ficando por lá por dois anos e tendo participado da gravação dos obrigatórios Death Walks Behind You e ...In Hearing Of, sendo sem dúvida os dois melhores álbuns da excepcional banda do organista talentoso e alucinado Vicent Craine.

Logo após a saída do Atomic Rooster, John formou junto com o baixista John Gustafson, ex-Quatermass, e o baterista Paul Hammond o maravilhoso Hard Stuff. O resultado da união foi a gravação da obra prima Bullet Proof, em 1972. John Cann ainda tocou no irlandês Thin Lizzy em 1974 para finalizar a tour européia da banda quando da saída do guitarrista Gary Moore. Ele ainda tocou com outras bandas além de alguns trabalhos solos durante os anos 80.

O fantástico baixista Mick ajudou a fundar o também sensacional Fuzzy Duck, tendo gravado em 1971 o ótimo e único álbum desta banda. Mick ainda participou da versão alternativa do Ten Years After, do guitarrista Alvin Lee, chamdada Ten Years Later, durante o final dos 70. Já o baterista McLane não conseguiu êxito após o fim do Andrômeda, tendo se retirado da cena musical.

Sobre os relançamentos do Andrômeda, é conhecida uma versão em CD lançada pela Repeitore Records em 1994, e que contém nada menos do que oito bônus tracks, sendo que as duas primeiras são as faixas do single gravado pela banda em 1968. O material inédito é bem interessante também.

Já o LP, é covardia. Andrômeda foi relançado em 2000 pela Angel Air Records, com capa dupla, fotos da época, que, inclusive, trazem cartazes de shows da banda sozinha ou com convidados como Black Sabbath, além de uma foto com o Andrômeda tocando com John Peel dando uma canjinha. A única reclamação é que mudaram a cor da capa de laranja (original) para lilás, mas tudo bem, a edição ficou muito bonita mesmo assim. Sem dúvida um dos grandes álbuns desta prolifera e criativa época dos bons sons."
Texto: Wagner Xavier


1.Too Old - 5.00
2.Day of The Change - 5.04
3.And Now the Sun Shines - 4.01
4.Turn to Dust - 6.52
5.Return to Sanity - 8.22
6.The Reason - 3.33
7.I Can Stop the Sun - 2.10
8.When to Stop - 8.43
9.Go Your Way (Bonus) - 3.05
10.Keep Out Cos I´m Dying (Bonus) - 3.47
11.The Garden of Happiness (Bonus) - 3.13
12.Return to Exodus (Bonus) - 2.28
13.Let´s All Watch the Sky Fall Down (Bonus) - 4.04
14.Darkness of Her Room (Bonus) - 5.12
15.See Into the Stars (Bonus) - 7.15
16.Search On (Bonus) - 3.09

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2 comentários:

Anônimo disse...

Cara esculto Andromeda a um tempão é raro açguém falar da banda, que apesar de ter lançado apenas um álbum é muito boa. Parabéns. Indico The James Gang, muito boa também.

Michael disse...

Valeu! Eu conheço os discos do James Gang, Rides Again é classicão. Abraços!