Estou começando com o processo de re-postagem do blog, mas também irei continuar postando algumas boas novidades!

sábado, 9 de maio de 2009

Cargo – Cargo (1972)

Formada em Amsterdam em 1970, inicialmente chamados de “September” os integrantes do grupo já eram bem rodados no cenário musical da cidade tocando com bandas de garagem rock e psicodélico. Depois de varias mudanças na formação e vendo que os trabalhos anteriores não estavam dando o resultado desejado, decidiram mudar o direcionamento musical assim como o nome da banda, passando a se chamar Cargo.
O som é um hard rock cativante, repleto de melodias e longas passagens instrumentais, com destaque para as guitarras gêmeas dos irmãos Ad e Jan de Hont. Entre as influências do Cargo, podemos citar gigantes como Wishbone Ash, Ten Years After e Uriah Heep. A imprensa holandesa acolheu bem o trabalho, mas as vendas foram fracas, o que provavelmente motivou o fim do grupo no mesmo ano de 72.

Conheci essa banda através do meu amigo Ronaldo Rodrigues rumo ao Festival Psicodália de Carnaval, então deixo aqui abaixo essa resenha escrita por ele, valeu Ronaldo!


“O disco de 1972 é repleto de andamentos maliciosos e riffados selvagens. Bateria e baixo precisamente alinhados fazem a agitação livre que move por puro frenesi majestosos solos de guitarra. O trabalho das guitarras não é algo que beire o surpreendente, mas é explorado ao máximo da amplitude que o redil daqueles talentos lhes permitia alcançar. Em todo o disco há sensatas parcerias harmônicas entre as guitarras, sempre tocadas com garra, musicalidade e senso sonoro. Os trechos com vocais são curtos e bem espaçados, sendo uma presença secundária, porém interessante na trajetória do som.

Em faixas como “Crossfind” e “Summerfair” há o típico groove setentista – wah-wahs, baixo bem marcado e toneladas de cordas de guitarra chacoalhando pulsadamente o ar ao redor com suas vozes ardidas e bárbaras. As reverberações e o fraseado constante em alguns momentos do disco oferecem um poder levemente hipnótico, que induz a vários minutos de extasiamento auditivo, mesclando suavidade e profundidade com muito peso. Contribuem para isso os timbres, que são encantadoramente datados, providos de toda a gordura e fluidez analógica.

De forma geral, não há muito o que destacar individualmente no álbum, que soa como um todo poderoso e original. A impressão que temos no trabalho é que alguém disparou as fitas de rolo e simplesmente deixou a coisa acontecer (o que aconteceu muito bem)!

O relançamento em CD deste disco, realizado em 1993 pelo selo Pseudonym, traz os três singles do September, que também são interessantes, mas possuem uma premissa diferente – ali, a idéia era soar mais como canção e menos como “viagem sonora”, com incursões de teclados e com os vocais capitaneando o som. Há bons momentos, especialmente no single “Chocker/Lydia Purple”, que tem sonoridade bem similar às faixas do disco. “Lydia Purple” é uma balada tocante, memorável. O vinil original da época é uma raridade grande e custará algo que beira o nível do “excêntrico” para ser adquirido.”

Por: Ronaldo Rodrigues, apresentador do programa Estação Rádio Espacial.

01.sail inside
02.cross talking
03.finding out
04.summerfair

Willem de Vries - Vocal e baixo
Ad de Hont - Guitarra
Jan de Hont - Guitarra
Dennis Witbraat - Bateria

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